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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O que você quer?

Conflitos, pressões sociais e familiares, sofrimento, ansiedade, angústia. No percurso de uma vida, os indivíduos se deparam com inúmeras situações que podem instigá-los a procurar um tratamento psicológico. Trata-se, com freqüência, de pessoas que anseiam por mudanças em relação ao que fazem, pensam ou sentem, ou desejam modificar uma situação crítica de relacionamento conjugal ou familiar, embora muitas vezes não saibam exatamente como fazê-lo. Neste momento, dúvidas sobre as diferentes abordagens clínicas existentes podem surgir: Qual seria a linha clínica mais apropriada para o meu caso? Que pensamento teórico melhor explicaria aquilo que está acontecendo comigo? São algumas das diversas questões que podem surgir nesse processo. A escolha por um determinado tipo de abordagem clínica em psicologia precisa levar em conta, além da perspectiva que melhor se adapte a quem a está buscando, também o sentimento de confiança no terapeuta, o que auxiliará no tratamento.
Diante dessas questões, viemos por meio deste artigo abordar duas diferentes linhas de pensamento teórico, a saber, a psicanálise e a terapia sistêmica.
Quando um sujeito resolve descobrir o porquê do que lhe acontece, depara-se com o valor e a importância do dizer. A psicanálise trabalha com a noção do sujeito singular, trata-se de uma clínica que trata o sofrimento psíquico com a palavra, para que o paciente possa construir uma relação diferente com as causas de seu sofrimento. A análise possibilita ao sujeito descobrir o texto enigmático do discurso por ele tantas vezes repetido. A felicidade ou melancolia de um indivíduo não está inscrita em seu código genético, cada sujeito tem sua história singular. O trabalho analítico é baseado numa escuta singular, a partir do discurso do sujeito que está sofrendo, permitindo que o paciente descubra (construa) as causas de seu sofrimento, dando sentido, ou seja, significando sua história.
A terapia sistêmica, por sua vez, considera o sujeito em seu sistema de relações: na família, na escola, no trabalho, nos grupos em que vive. É dentro desses grupos, através da troca e dos aprendizados, que ele cresce e constrói significados e um sistema de valores e crenças que irão permear suas maneiras de se colocar no mundo. Nada existe se não em relação – o universo é visto como uma rede de inter-relações. A família, como matriz de identificação e, portanto, sistema primordial, é considerada uma unidade onde todos se interligam e interagem. Entre o sistema familiar e a estrutura individual há um movimento contínuo e circular de troca.
Na terapia sistêmica, todos os aspectos de uma situação problema são analisados, bem como as relações entre eles. Não existem verdades absolutas, portanto não há uma tentativa de determinar o que é certo e o que é errado, as vítimas ou os algozes, mas sim a busca de mudança daquela situação. O terapeuta trabalha no sentido de auxiliar o cliente – seja indivíduo, casal ou família – a reconhecer a si próprio e aos seus padrões de funcionamento: seu jeito de ser, de se comunicar, de sentir e de reagir às pessoas e situações. Através desse reconhecimento é possível transformar tais padrões em maneiras mais saudáveis de relacionamento consigo e com os outros.

Texto escrito pelas psicólogas Luciana Boeing, terapeuta sistêmica, e Patrícia Boeing, psicanalista.

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