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sábado, 3 de setembro de 2011

Árvore da Vida (fala um pouco de todos nós)


  • Trata-se de um filme prá quem gosta de sair pensando, pensando e pensando... tentando entender um pouco mais a intenção do diretor. Pela movimentação de entra e sai do cinema (eu nunca tinha visto isso acontecer até hoje) deu prá ver que não é um filme comum e que passa muito longe da unanimidade... eu gostei no todo, mas confesso que tive que exercitar um pouco da minha paciência com o formato meio lento das narrativas e das imagens que remetem ao big bang logo no início, na minha opinião, longas demais... Acho que dá prá interpretar a intenção de várias maneiras mas, prá mim, a explicação de tudo isso está no questionamento filosófico que é colocado logo no início do filme sobre dois modos de se ver o mundo: pela força da natureza ou pela crença-fé, que por sua vez é questionada por aquela família a partir da vivência da morte inesperada e prematura de um dos filhos. O filme gera uma angústia pelo sofrimento do menino mais velho, que acaba sendo o porta voz da dualidade vivida por todos ali, ora desejando ser aceito pelo pai, ora desejando sua morte, ora se esforçando prá ser bom, ora colocando prá fora sua raiva na forma de pequenas maldades... São dualidades próprias do ser humano expressas de forma extremada ali, onde tudo é radicalmente visto de modo maniqueísta, não há ponderação, não há negociação. Principalmente na ótica de uma criança prestes a entrar na adolescência e vivendo com o peso de ter que se diferenciar e ao mesmo tempo dever obediência, por um lado, a um pai autoritário e por outro a devoção a uma mãe extremamente amorosa e religiosa. É um filme que fala de coisas muito difíceis, pois trata de contradições e ambivalências existentes em todos nós, difíceis de entender, expressar e também de admitir. Mas ao final parece que o autor alivia um pouco a tensão, trazendo uma mensagem no sentido de valorizar a vivência dos laços de amor que acabam por dar sentido à vida de todos nós e que podem nos redimir ao final (pena que às vezes só mesmo ao final, quando muito já se perdeu).